Reserve Aqui 01/06/2017
A última parada da viagem foi a mágica cidade de Marrakech. Passamos dois dias em Marrakech com nosso grupo e guias da Butterfield & Robinson, e depois eu e minha mãe entendemos a viagem por mais 2 noites, por conta própria. Na época que reservamos a viagem, a gente achou que seria agradável ter um dia para descansar depois que o biking tour terminasse, e também ter um dia inteiro dedicado às compras na cidade – “girls will be girls”! Kkk. Resolvemos fechar a viagem com chave de ouro então no terceiro dia mudamos de hotel. Marrakech era o lugar que eu estava mais ansiosa para conhecer! Há anos que a cidade a vermelha estava na minha #wishlist! E ela não decepcionou – amei cada segundo e já quero voltar!
OBS: Você pode escrever o nome da cidade como os franceses (“Marrakech”) ou como os ingleses (“Marrakesh”) – ambas as formas estão corretas. Já em Árabe eles diminuem o nome para “Marrakch”!
O PEDAL
Saímos do hotel Kasbah Tamadot às 9h30 e dirigimos por aproximadamente 20 minutos antes de subir nas nossas bikes para a última pedalada da viagem. Pedalamos a maior parte do caminho até Marrakech, já que o hotel era relativamente próximo da cidade. Pedalamos cerca de 35 km e o restante do trajeto foi no carro, pois a estrada já começa a ficar mais movimentada nos arredores da cidade. O passeio foi super bonito e gostoso, com subidas suaves e uma descida super íngreme no final! A pedalada ocupou a manhã inteira e terminou em um almoço/piquenique feito pelos nossos motoristas! Foi uma graça – eles montaram tudo e cozinharam as “tagines” e os “brochetes” (espetinhos). De sobremesa serviram mini mexericas super docinhas! Uma delícia! Para contribuir ao charme, na paisagem tinham colinas e um lindo lago.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES DE MARRAKECH
Na medida em que íamos nos aproximando de Marrakech, o número de hotéis e resorts ia aumentando. Nos arredores da cidade existem um monte de resorts gigantes com campos de golfe e para famílias. Também se nota na hora as belas casas dentro de condomínios privados. Foi inevitável constatar que Marrakech parecia um mundo totalmente diferente do restante do Marrocos que até então eu tinha visto. O nível dos carros e das casas são bons indicadores de que o dinheiro do país está todo concentrado aqui! Mas aí entramos na Medina e o cenário voltou a ser o de sempre, mas um caos total, com motinhos por todos os lados. Me lembrou um pouco o Vietnã! Eu tinha que sempre ficar atenta e tomar cuidado para não ser atropelada! Hahaha. Nos despedimos dos nossos motoristas rapidamente, pois os nossos carros não tinham permissão para circular dentro da Medina. Saltamos do carro e caminhamos uns 400 metros até chegar no nosso próximo hotel, o Riad Farnatchi, onde nos hospedamos por duas noites.
OS HOTÉIS
RIAD FARNATCHI
Nas duas primeiras noites nos hospedamos no charmoso Riad Farnatchi, situado dentro da Medina de Marrakech. Como todo riad, o hotel é super pequeno e conta com apenas 10 quartos, e é uma sequência de casas emendadas uma na outra. Cada quarto aqui é único! O nosso era duplex, todo preto e branco, e ficava na ala nova, no anexo do Spa, uma adição recente ao hotel. No chuveiro tinha uma seleção de produtos Molton Brown para uso no banho, como sabonetes líquidos com diferentes aromas e ingredientes, eu adorei! Achei diferente e cada dia eu usei um! Kkk. O dono do hotel é um inglês super atencioso que ajudará com qualquer coisa!
ROYAL MANSOUR
Falar do hotel Royal Mansour é uma tarefa fácil e difícil ao mesmo tempo! Esse é um dos hotéis mais espetaculares que já me hospedei na vida, e olha que eu já fiquei em muitos kkk! Ele é diferente em todos os sentidos, luxo puro, com uma atenção inigualável aos detalhes. Tudo é feito à mão! Construído a pedido do atual Rei, este hotel de seis estrelas hospeda também os convidados da monarquia. A beleza e imponência do Royal Mansour é indescritível, nem as fotos fazem jus à beleza ao vivo do lugar. Esse é o tipo de hotel que você nunca quer ir embora! Se você ficar aqui, reserve tempo suficiente para curtir o hotel em si, pois ele é muito especial. Se hospedar aqui é mágico, e quando cheguei no hotel eu me senti como uma princesa! Kkk. A entrada principal é de tirar o fôlego!
Para começar, o conceito do hotel é totalmente inusitado: não existem corredores nem andares! O hotel foi construído para imitar a Medina e cada quarto é um riad, ou seja, literalmente uma casa! São 53 maravilhosos riads espalhados pela propriedade e cercados por uma linda piscina e jardins exuberantes. Nosso riad era super privado e espaçoso, tinha 3 andares, com direito à um pátio interno e fonte logo na entrada e uma piscina no rooftop! Que tal?!
O Spa é um capítulo à parte! Talvez seja o mais bonito que já fui também! Ele é maravilhoso, todo branco! Logo na entrada você se depara com um impressionante átrio de ferro branco evocando uma elaborada gaiola de pássaros. Parece que você está num conto de fadas, num mundo sereno e tranquilo. É impossível não relaxar. Além das salas de tratamento e os dois hammams, o Spa possui ainda um salão de beleza, academia, piscina interna, uma boutique, uma área de relaxamento, e um salão de chá onde hóspedes podem relaxar, comer pratos saudáveis e tomar sucos detox. Mas o lugar não é só beleza – fiz um hammam excelente que durou uma hora e depois uma massagem corporal ma-ra-vi-lhosa! Eu queria levar a tailandesa pequena comigo para o Brasil hahah! Ela massageou cada osso, cada célula, cada músculo e nódulo do meu corpo, aliviando todas as tensões acumuladas durante a viagem de bike.
A MEDINA E A CIDADE NOVA
Terça-feira foi dia de bater perna e conhecer os principais pontos turísticos da cidade, dentro e fora da Medina. Além do Diego, nosso guia full-time da Butterfield, no segundo dia tivemos o privilégio de conhecer o Mohamed, um guia legendário que já trabalhou para muitos famosos e até presidentes americanos! O Mohamed é super culto e fala inglês muito bem, então esse foi disparado o dia em que mais absorvi informações sobre a cultura do país – amei! A cidade de Marrakech foi fundada em 1070 por nômades do Saara. Como eles queriam controlar todo o comércio de ouro e sal entre o sub-Saara, o Saara e as Montanhas Atlas, eles escolherem esse local porque era onde as duas principais estradas de caravanas naquela época se cruzavam. Como muitas cidades marroquinas, Marrakech compreende uma antiga cidade fortificada (a Medina), cercada por bairros modernos. A antiga cidade de Marrakech foi a capital do Império em um determinado período. A Medina é cercada por 19 km de muralhas vermelhas e possui 9 portões principais. Tudo que está situado dentro das muralhas é chamado de Medina.
A Medina é dividida por bairros que por sua vez, levam o nome da especialidade daquela determinada área. Por exemplo, nosso hotel ficava do lado do bairro “Al Mawkaf”, que significa bairro de construção, então nessa região você encontra tudo para sua casa – desde materiais de construção à encanadores, etc. Eu achei muito inteligente esse sistema de divisão, pois dessa maneira quem procura algo específico já sabe aonde ir! É prático! Você notará que a Medina parece essencialmente abandonada, com tudo muito malcuidado. Muitas casas e palácios foram abandonados por seus proprietários, que escolheram se mudar para os centros econômicos mais modernos de Rabat ou Casablanca, desenvolvidos nas décadas de 1930 e 1940. Atualmente, a comunidade de Marrakech é feita principalmente de expatriados, artistas, designers e arquitetos, que assumiram o papel de restaurar todos os palácios e jardins. Eles estão servindo de exemplo para outras famílias marroquinas que até então desconheciam o conceito de conservação.
A cidade nova foi desenvolvida em 1913 depois que os franceses tornaram o Marrocos seu protetorado. Essa parte mais moderna de Marrakech é conhecida como Guéliz, onde você encontra prédios altos, praças grandes e lojas de marcas internacionais como a Zara. De todas as lojas que eu visitei durante minha estadia, as melhores eram em Guéliz, então eu diria que aqui você realmente sente a forte influência da europa no país. Restaurante badalados e hotéis de luxo também se concentram nessa área da cidade.
FUN FACT: Há muitos gatos em Marrakech, mas ao contrário de Jerusalém, a razão por trás disso é a religião. Primeiro, os muçulmanos não gostavam de cães no passado porque acreditavam que eles eram coisa do mal, já que eles transmitiam doenças. Além disso, há a lenda do Profeta Moamede e os gatinhos que ele ajudou a salvar do frio do deserto em Meca. Como os Sunitas acreditam e seguem tudo que o Profeta fala ou faz, eles começaram a acolher gatos.
AS PORTAS MARROQUINAS
O cenário do Marrocos como um todo é cativante, mas uma das coisas que mais chamou minha atenção durante a viagem foram as portas coloridas (acho que eu até já mencionei isso no outro post)! Segue então uma seleção de lindas portas marroquinas que encontrei em Marrakech nesses últimos quatro dias da viagem – uma mais linda que a outra!
JEMAA EL-FNAA
No primeiro dia, como chegamos à tarde no hotel, aproveitamos para descansar um pouco antes de se encontrar com o grupo às 19h para ir na famosa praça Jemaa el-Fnaa, situada no centro da Medina. A praça é o ponto turístico mais visitado da cidade e é sem sombra de dúvida uma das coisas imperdíveis para fazer em Marrakech! É muito divertido! No final do dia, na medida em que o sol se põe, a praça vai ganhando vida e ficando cada vez mais agitada. Não adianta ir durante o dia porque não será a mesma coisa. A verdadeira experiência é à noite! Aliás, a aglomeração de pessoas – turistas e locais – é tão impressionante que a praça foi declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO!
Aqui você encontra de tudo!! Domadores de serpentes e macacos, tatuagens de hena, ciganas oferecendo leitura das mãos, barracas de comida e frutas secas a granel, feiticeiros, “dentistas”, homens cuspindo fogo, e por aí vai! Se você quiser fotografar, filmar e/ou interagir com algum desses você tem que dar um dinheiro em troca – é o que eles esperam e caso contrário eles irão te infernizar! Hahaha. Por isso recomendo dar um trocado para cada um, como uma moeda de 10 dirhams (tipo USD 1), que já é o suficiente. Gente, eu sei que é politicamente incorreto e tudo, mas eu não resisti e fui tirar fotos com os macacos…pra quê né?! Um deles fez xixi na minha saia! Hahahaha. Que horror! Deus castiga kkk.
Nós batemos perna pela praça e seus arredores e depois sentamos no rooftop do “Le Grand Balcon du Café Glacier”, um delicioso terraço aberto com vista para a praça inteira. É legal ficar observando o agito e vendo as cores da praça e do céu mudando com o pôr do sol. Em volta da praça tem um monte de cafés assim, mas saiba que eles costumam exigir uma consumação para cada pessoa que sentar. E não adianta tentar enrolar – para poder sentar você precisa pagar primeiro! Kkk.
FUN FACT 2: Amigos do sexo masculino podem caminhar de mãos dadas. No entanto, a atividade homossexual é ilegal.
A MESQUITA KOUTOUBIA
A mesquita Koutoubia é a Torre Eiffel de Marrakech! Kkk. Situada ao lado da praça Jemaa el-Fnaa, essa é a mesquita mais importante da cidade, além de ser um marco. Ela ficou famosa porque foi inteiramente construída em apenas um ano, em uma época em que uma mesquita dessa grandeza costumava demorar dezenas de anos. Seu nome vem da palavra Árabe “koutoub” que significa “livro” em português, porque originalmente tinha uma feira de livros próxima do local. Visível de perto e de longe, e de qualquer parte da cidade, o minarete da mesquita tem quase 77 metros de altura, e acaba servindo como uma bússola para se localizar. Ainda um local de culto ativo, os não-muçulmanos não podem entrar – só podem ver e admirar a mesquita pelo lado de fora.
OS SOUKS
Desde a fundação de Marrakech, os “souks” são organizados em seções de acordo com o tipo de produto e o nível de poluição. Ou seja, os itens que causam menos poluição e lixo são vendidos no centro da Medina onde todo mundo mora, e os tintureiros, por exemplo, ficam fora da cidade por causa do mau cheiro etc. O “souk” (mercado) principal acontece somente às quartas e domingos, mas dentro da Medina você encontra diferentes tipos de souks que estão sempre abertos. Caminhar pelos souks é uma experiência e tanto: além de você se ver no meio de um aglomerado de pessoas vendendo desde especiarias, legumes, joias e camisetas, até melancias e cabritos, você ainda tem que negociar tudo! Em termos de negociação, a ideia é começar oferecendo 1/10 do preço pedido e ir subindo aos poucos. É importante você determinar qual o seu preço final e mantê-lo a qualquer custo, mesmo que o vendedor não aceite. Se isso acontecer, simplesmente saia andando – geralmente isso funciona e eles correm atrás de você e aceitam o seu preço final. Mas você nunca deve dar para trás em um preço que você já concordou em pagar, pois isso é culturalmente ofensivo!
No meio de tanta poluição visual, o que mais chamou minha atenção foram os “spice souks” (mercados de especiarias). Tudo aqui é guardado em enormes potes coloridos então é bonito de se ver. Entre nas diferentes lojas e sinta diferentes tipos de aromas como rosas, âmbar e almíscar, ou então peça uma moagem fresca do “ras el hanout” da casa. Aqueles que gostam de cozinhar já devem ter ouvido falar nesse tempero delicioso, cujo nome significa literalmente “o topo da prateleira”, ou seja, nada mais é do que uma mistura das melhores ervas e especiarias de determinada loja. Essa mistura geralmente contém cominho, harissa e páprica. A mistura sofisticada e sutil de ervas, especiarias, pimentas, sementes e raízes é o que torna a comida marroquina tão saborosa.
PALAIS BAHIA
O Bahia Palace (ou “Palais Bahia” em francês) é um dos palácios mais bonitos de Marrakech, oferecendo trabalhos magníficos em sua decoração. A palavra “bahia” significa brilho, mas o nome foi dado em homenagem à amante preferida do “vizir” que construiu o palácio. Todos os palácios no Marrocos possuem um elemento em comum: a ordem da decoração nas paredes. Primeiro colocam os mosaicos, depois o acabamento em gesso, e por fim o cedro. As pinturas no teto foram o ponto alto para mim. Vá e contemple. A caminho do Bahia Palace passamos por “Mellah”, o bairro judeu dentro da Medina, que foi completamente restaurado por ordem do Rei (outro exemplo de como o Marrocos é um país muçulmano leniente). A restauração foi completada pouco tempo atrás (uns 3 meses) e o bairro foi re-inaugurado com a presença do Rei. Está super bonito!
LE JARDIN MAJORELLE
Que o Jardin Majorelle é um dos cartões postais de Marrakech não há dúvida, mas também acho que ele é o local mais bonito da cidade fora da Medina. Uma visita ao jardim é imperdível! O lugar ganhou notoriedade graças ao estilista francês Yves Saint Laurent e o famoso tom de azul “Bleu Majorelle”. Em 1947 Jacques Majorelle, o antigo e falecido dono do lugar, abriu seu jardim ao público para expor a sua impressionante coleção de árvores e plantas dos cinco continentes. Aqui você encontra cactos do México, bananeiras do Brasil, árvore da felicidade da China, entre outras espécies intrigantes e belas. Quando Louis faleceu em 1962, o jardim ficou abandonado, e foi somente em 1980 que o Saint Laurent comprou este terreno junto com seu parceiro, o Pierre Bergé, e restaurou todo o jardim. Mesmo após a morte do renomado estilista, Bergé continua morando ao lado numa casa que possui uma porta de acesso especial ao Jardin Majorelle. Nada mal né?! O lugar é realmente lindo e mágico, mas as filas são enormes, então chegue cedo! E se você quiser tirar fotos vai ter que ter MUITA paciência, pois o jardim está sempre lotado e as pessoas ficam aparecendo nas fotos! O Jardin Majorelle dispõe de um café, uma livraria e uma boutique incrível!! Vale a pena!
MEDERSA BEN YOUSSEF
A mesquita e a medersa (escola islâmica) Ben Youssef é outro principal ponto turístico de Marrakech. Construída no Século XIV, era o local onde as crianças estudavam e memorizavam o Alcorão (“Quran”). A existência de uma pequena mesquita dentro da escola garantia aos alunos um espaço próprio para as 5 orações diárias. Estima-se que cerca de 800 estudantes tenham morado na medersa Ben Youssef. Hoje a medersa é aberta para visitação e vale a pena! É possível visitar os quartos dos estudantes, mas a grande atração é o pátio principal que reúne todos os elementos do estilo árabe/andaluz. A decoração da medersa é impressionante e possui detalhes incríveis, como o piso em mármore italiano, paredes esculpidas com gesso e cedro, além de azulejos “zellij” pintados à mão que juntos são lindos de morrer! Assim como o Bahia Palace, a medersa ajuda a demonstrar o tamanho da riqueza que existe dentro desses templos.
LA MAMOUNIA
Mesmo que você não esteja hospedado no La Mamounia, vale a pena ir conhecer o hotel mais famoso e um dos cartões postais da cidade! Construído em 1923, o hotel conta com célebres hóspedes como Winston Churchill e chefes de Estado. Em 2009 ele foi totalmente reformado pelo renomado arquiteto francês Jacques Garcia. O hotel é espetacular, com arquitetura art déco e azulejos marroquinos. Não deixe de passear pelos lindos jardins com oliveiras centenárias, e espiar o Spa, que possui (apenas) 2500 m² e foi premiado pela Condé Nast Traveller Guide!
OS RESTAURANTES
LE COMPTOIR: Na primeira noite em Marrakech jantamos com o grupo nesse restaurante. O lugar é badalado e super divertido, com música ao vivo e dança do ventre! A comida e bebida estavam boas! Serviço rápido também. Faça sua reserva para mais tarde para não perder o show, e peça uma mesa na parte de dentro.
RIAD KNIZA: No segundo dia almoçamos no Riad Kniza que pertence ao nosso guia, o Mohamed. Este riad pertence à sua família há mais de 200 anos, e é super bonito! Antes de servirem o almoço, subimos no gazebo do rooftop onde tomamos um pouco de vinho enquanto escutávamos músicos locais tocando ao vivo. O almoço foi uma verdadeira degustação da tradicional comida marroquina e no final ninguém aguentava mais comer! Demorou muito, mas estava tudo uma delícia! Comemos a tradicional “pastilla” de frango e amêndoas, “brioulats” de entrada, as sete saladas marroquinas, depois uma “tagine” de frango e azeitonas, e de sobremesa outra “pastilla” (doce) e os tradicionais biscoitos de amêndoas – banquete!!
RIAD FARNATCHI: O último jantar do grupo de bike foi no nosso hotel, o Riad Farnatchi. Primeiro serviram aperitivos e drinks no rooftop durante o pôr do sol e depois sentamos na mesa para o jantar. Eles serviram um monte de entradas diferentes, incluindo as clássicas 7 saladas marroquinas, e de prato principal carneiro com couscous.
HOTEL ROYAL MANSOUR: No nosso terceiro dia resolvemos ficar à toa e almoçamos à beira da piscina no Royal Mansour. O cardápio é extenso e bem variado – pedimos uma pizzetta caprese, gyoza de vitela e um “salmon poke”, prato típico do Havaí! Tudo estava bom e o serviço é eficiente! Como estava calor, de sobremesa pedimos sorvetes! Acho válido mencionar também o café da manhã do hotel que é UMA COISA – uma seleção de bolos, doces, crepes, frutas e croissants como nunca vi! Além disso, você ainda pode pedir qualquer item do extenso menu à la carte. Tudo está incluído na diária! Fazia tempo que eu não me impressionava com o café da manhã de um hotel.
NOMAD: No último dia almoçamos no restaurante Nomad, um rooftop simpático e agradável, em cima do “souk des épices” na Medina. O lugar é relativamente pequeno, dividido em dois andares (tudo terraço), então recomendo reservar! Vá no almoço, o ambiente é muito legal! O cardápio tem um approach moderno da tradicional comida marroquina, com itens como o “spicy lamb burger with harissa mayonnaise”. Nossos pratos estavam bons e o serviço estava rápido. Experimente a limonada com menta, é super refrescante!
BO & ZIN: Depois de tanta comida marroquina, foi incrível achar um restaurante asiático, ainda mais com um menu especial de dim sums (gosto pouco né kkk)! O Bo & Zin nos foi recomendado por várias pessoas e apesar de ser um pouco turístico, é uma opção legal para quem procura um jantar mais animado! Ele fica um pouco longe, mas à noite não tem trânsito então é rápido. Um legítimo supper club, o restaurante é bem grande, possui um DJ residente que toca toda noite, e aparentemente vira balada mais tarde. Recomendo reservar o restaurante, assim como todos os outros, especialmente se você for na alta temporada. Comemos super bem – fora os dim sums que pedimos de entrada, comi um “wok de filet de boeuf” com “nouilles croustillants” e experimentei um delicioso mojito de maçã verde! Vale a pena.
GRAND CAFÉ DE LA POSTE: Nosso último jantar foi nesse restaurante francês em Guéliz. O ambiente é ótimo, bem relax, e o lugar é frequentado por gente bonita, uma mistura de turistas com locais europeus. Gostamos muito daqui. O restaurante é uma espécie de brasserie em estilo francês colonial que remete você aos anos 20. Inclusive, o estilo dele me lembrou o restaurante L’Éléphant em Luang Prabang! Aberto para o almoço e jantar, peça uma mesa na varanda. Foi aqui que comi um dos meus pratos prediletos, os “coquilletes aux truffes noires” com pedaços de presunto de pato defumado! Minha mãe também gostou das ostras e do foie gras que ela pediu.
Antes de viajar eu pesquisei muito e pedi recomendações de restaurantes para amigos. Infelizmente, como sempre, não tivemos tempo de ir em todos e tivemos que optar, mas vou dividir com vocês a minha lista de restaurantes recomendados em Marrakech, fora os mencionados acima. Eles são: Terrasse des Épices, La Maison Arabe, Le Salama, Dar Yacout, Le Fondouk, os restaurantes francês e marroquino do hotel Royal Mansour, Baj Mahal, o restaurante marroquino do hotel Mandarin Oriental, e os restaurantes italiano e marroquino do hotel La Mamounia.
AS LOJAS
Em Marrakech você encontra de tudo, então é importante esclarecer que você será obrigado a escolher entre qualidade ou preço. Você pode comprar um monte de coisas baratas, mas saiba que será tudo de má qualidade ou tranqueira! As coisas boas em Marrakech custam caro, não tem jeito. Eu pessoalmente prefiro pagar mais caro por algo que seja de boa qualidade, do que comprar um monte de coisas só porque são baratas. Eu e minha mãe queríamos compras coisas locais, autênticas, bonitas e de boa qualidade, então sabíamos que isso sairia caro! Eu sempre falo, às vezes, o barato sai caro a longo prazo, então estabeleça sua prioridade!
A melhor dica que posso dar para quem quer fazer compras boas em Marrakech é para ir nas boutiques dos melhores hotéis da cidade. Elas geralmente têm a melhor seleção! A boutique do Royal Mansour é boa embora cara, e o hotel La Mamounia tem um monte de lojinhas legais que vale dar uma olhada, como a Chez Zoé, Akbar Delights e a própria boutique do hotel. Eles têm também uma filial da galeria de arte Khalid que vende objetos incríveis! Visite também as boutiques dos hotéis Amanjena, Palais Namaskar e Mandarin Oriental.
Reservamos o último dia na cidade para fazer compras! Através do Concierge do Royal Mansour, contratamos um guia e personal shopper – o Moulay! Ele é incrível e não poderia recomendá-lo o suficiente! Ele fez toda diferença! Antes de sairmos nós passamos uma listinha de lojas que queríamos ir e baseado nela, ele montou o nosso itinerário e adicionou outras. Ele rapidamente entendeu o nosso gosto e o que estávamos procurando e nos levou nos melhores endereços de Marrakech, foi top!! Trabalhando de “fora para dentro”, começamos pela região de Guéliz. Primeiro fomos nas lojas perto do Jardin Majorelle: a concept store 33 Majorelle, Hadaya, e a Boutique Majorelle (dentro do jardim). Vai a dica para os fãs do famoso azulão da cor “bleu majorelle”: você pode comprar a tinta na boutique! Na verdade, você compra o “pó azul” e online eles te explicam e mostram como preparar a tinta. Demais né?! Depois ele nos levou na Rue de Les Vieux Marrakechis nas lojas de roupa Moor e Akbar Delights (são juntas) e uma nova que inaugurou ao lado chamada Maroc n Roll. Por sinal, essa loja nova é o máximo! Piramos, queríamos comprar tudo hahaha. Ela pertence ao decorador do Jardin Majorelle, e é o mesmo que desenha todas as roupas para a boutique de lá! Não muito longe, na Rue de la Liberté, conhecemos a linda loja Scènes de Lin, focada em objetos para a casa e decoração, e que pertence a uma designer francesa. Não era nosso foco, mas paramos para conhecer a galeria de antiguidades Pacha Gallery.
Antes de entrar na Medina paramos na boutique do hotel La Maison Arabe. Aliás, vale a pena conhecer esse lindíssimo riad! É um dos melhores da cidade! Eles também acabaram de abrir uma super escola de culinária onde é possível fazer aulas avulsas! A próxima parada foi a loja “secreta” Mustapha Blauoui. Esse lugar é uma loucura, não tem placa ou sinal na rua, apenas uma porta, e ao entrar você não acredita no TAMANHO da loja! Fiquei muito impressionada! Aqui você encontra objetos para a casa, como tapetes, lanternas e louças. Depois fomos para a fonte dos kaftans: Karim Bouriad! Os kaftans que você encontra aqui são bem básicos, tipo aquelas batinhas para usar como saída de praia, nada de espetacular. Essa marca é quem produz a maioria dos kaftans que você encontra peças boutiques de Ibiza, St Tropez, etc – é tudo feito em Marrakech! Fizemos um pit-stop para o almoço no restaurante Nomad, onde dentro tem uma boutique chamada Chabi Chic que vende coisas de cozinha. É um excelente lugar para compras ingredientes como “ras el hanout”, “argan oil” para cozinhar, limões preservados, etc.
Depois do almoço continuamos o nosso shopping spree na região do ”souk des épices”, perto do Nomad. A melhor loja do souk para comprar as famosas babouches chama Chez Mourad, e a melhor para kaftans mais chics é a L’Ourika! Nos souks você vai ver um monte de panniers (cestas) coloridos em todos os tamanhos e todos os tipos! Antes de você comprar, passe para ver os modelos da loja L’Original Marrakech, onde eles bordam seu nome na bolsa (ou o que você quiser) na hora! Em cima dessa loja, fica o restaurante “Terrasse des Épices” e algumas lojinhas que também vale dar uma olhada. E por último, paramos na loja de roupas Laly – eu recomendo, tem coisas lindas! Se você quiser comprar perfumes, “argan oil”, especiarias, e sabonetes, por exemplo, vá em qualquer “berber pharmacy”!
FUN FACT 3: Especiarias e sal eram moedas importantes antigamente e muito utilizados para pagamentos. Até os romanos pagavam os soldados do exército com sal. A palavra “salário” (ou “salary” em inglês) vem de “sal” (ou “salt”), e em francês, quando se paga por algo em dinheiro, você está pagando “en espèces” (“em espécie” em português), que vem da palavra francesa “épices” (“especiarias”)! Legal né?!
A SEGURANÇA
Em tempos de “guerra”, é normal as pessoas associarem um país muçulmano ao terrorismo e sentirem medo e receio de ir. Mas vou ser super sincera — em nenhum momento me senti insegura ou qualquer coisa do tipo. Muito pelo contrário! Nos últimos dois dias estava somente eu e minha mãe e ninguém incomodou a gente nos souks ou na rua, e jantamos tranquilamente em todos os restaurantes. Marrakech é uma cidade que vive do turismo, então eles levam a segurança super a sério. Existem até policiais a paisana nas ruas, andando de moto pela cidade para verificar se está tudo bem. E vamos combinar, é mais provável que tenha um ataque terrorista em Londres ou Paris do que em Marrakech!
IMPRESSÕES GERAIS: Eu amei Marrakech! Achei a cidade uma mistura legal de cultura muçulmana com a europeia. Eu gostaria de ter ficado mais dias lá, mas no final das contas eu estava louca para voltar pra casa depois de duas semanas no Marrocos. Depois de um tempo acho que é normal você ficar um pouco “saturado” de uma cultura ou hábitos que você não está acostumado! Sem falar na comida kkkk não aguentava mais comer comida marroquina hahaha queria comida caseira! Valeu super a pena esticar o final da viagem e ficar mais duas noites. Em termos de aproveitamento, fizemos excelentes compras e comemos muito bem! Ninguém mexeu com a gente o que foi um bônus! Kkk.
MELHOR MOMENTO: Acho que foi no terceiro dia, quando passamos o dia inteiro na piscina do hotel Royal Mansour sem fazer NADA! Hahaha. Depois de uma agenda intensa de atividades e bike, foi uma delícia não ter nenhum compromisso, a não ser se esticar no sol feito lagartixa kkkk.
NÃO CONSIGO PARAR DE PENSAR EM: A pulseirinha com a mão de Fátima de brilhantes que acabei não comprando na boutique do Royal Mansour. Era linda! Estou procurando uma parecida aqui em São Paulo desde que cheguei, mas não consigo achar
PRATOS PREDILETOS: Todo café da manhã eu comia os crepes marroquinos “msemmen” e “mlaoui” com mel – uma delícia! Em Marrakech comi um monte de “briouats” de queijo, uma massa gostosa frita recheado com queijo. Não vi eles em nenhum outro lugar da viagem! E para encerrar com chave de ouro, o meu último jantar foi um dos meus prediletos, com um prato típico francês – “coquillettes aux truffes”! Depois de tanto tempero, eu estava sonhando com uma massinha!
O QUE BEBER AONDE: Tome um drink no belíssimo bar do hotel Royal Mansour (qualquer um pode entrar) e aproveite para conhecer o hotel! Não tivemos tempos de ir, mas o rooftop bar do Palais Namaskar é outro lugar cool para tomar um drink no sunset.
COMPREI: Tudo! Hahahahaha. Em um dia compramos tudo que não compramos na viagem inteira, foi um verdadeiro strike! Comprei duas babouches lindas, uma pulseirinha, dois kaftans longos, roupão com pompom típico, vestido, jaqueta, cinto, bolsa, máscara de dormir…e por aí vai! Kkk. O último dia da viagem foi inteiramente dedicado ao shopping – o famoso “shop til you drop”! Hahaha.
FATO SURPREENDENTE: Dentro da Medina, os riads e as lojas não costumam ter placas com o seu nome, tornando tudo muito mais difícil de achar! Se você não estiver com um guia, as chances de você não encontrar o que procura são grandes!
IMPERDÍVEL: Eu diria que três coisas são imperdíveis em Marrakech: o spa do Royal Mansour, fazer compras com o Moulay, e se perder entre as ruas rosas no labirinto que é a Medina! Tem tanta coisa para descobrir!
HOTEL FAVORITO: O Royal Mansour, óbvio! Kkk. É um dos hotéis mais marcantes (para não dizer incrível e lindo) que já conheci!
ONDE FICAR: Eu achei válido ficar metade do tempo hospedada dentro da Medina num Riad, e a outra num hotel super luxo de 6 estrelas. Foi uma experiência legal, pois na Medina estávamos perto dos principais pontos turísticos, e depois tivemos tempo para relaxar e curtir o hotel. Eu recomendaria fazer o mesmo se você for passar mais dias em Marrakech! Se puder, se hospede no Royal Mansour ou em outro hotel super luxuoso como o La Mamounia ou o Mandarin Oriental, e alterne com um estiloso Riad como o novíssimo L’Hôtel Marrakech! Para ver mais opções clique aqui.
QUANDO IR: A melhor época para visitar Marrakech é durante a alta temporada, entre os meses de março e maio. O tempo é agradável e ainda não está aquele calor infernal de 52ºC! Vale lembrar que em março pode ser que você pegue um pouco de chuva, mas em compensação você presenciará os “orange tree blossoms” (flores de laranjeira) – a cidade fica perfumada! Evite a época do Ramadan, pois durante um mês a cidade fica um pouco parada. Todo ano a data do Ramadan muda então verifique antes de reservar sua viagem. Esse ano começou no mês de maio, por exemplo.
O QUE LEVAR NA MALA: Homens precisam se preocupar apenas em levar sapatos confortáveis, pois se caminha muito pela Medina. Já as mulheres devem levar também saias e vestidos maxi/midi para usar com blusas e camisetas de manga curta – você não vai querer atrair olhares nos souks, eu te garanto! Kkk. Além disso, leve filtro soltar, chapéu, uma pashmina ou lenço para se cobrir quando entrar em lugares religiosos, e um bikini/shorts para curtir a piscina do hotel! Faz muito calor em Marrakech, então lembre de levar roupas leves!
DICAS EXTRAS
O terminal novo do aeroporto de Marrakech é novinho em folha! Ele estava previsto para inaugurar a tempo do Climate Change Conference que ocorreu em novembro 2016 na cidade, mas apenas ficou pronto no final do ano (conhecemos esse filme kkk). De todo jeito, o novo terminal está muito bonito, mesclando a arquitetura tradicional com a moderna. A grande novidade, no entanto, fica por conta do serviço de “fast track”. Você pode contratar esse serviço com antecedência e com isso você terá acesso a uma fila especial de check-in, segurança e imigração, coisa que faz toda diferença na hora né?! No nosso caso, o hotel Royal Mansour que organizou tudo (estava incluso na diária), mas tenho certeza que o Concierge de qualquer hotel pode fazer o mesmo. Vale a pena viu!
Se tiver tempo livre e gostar de cozinhar, não deixe de fazer uma aula na escola de culinária do hotel La Maison Arabe. Aprenda a fazer pratos típicos marroquinos numa cozinha de última geração!