Reserve Aqui 07/11/2018
Segue abaixo o relato dos meus últimos dois dias em Tóquio com todas as dicas! Espero que gostem! Para ler a Parte 1 clique aqui.
DAY 4 – STYLISH TOKYO
Esse foi disparado o dia mais intenso porque tentamos ver o máximo de coisas possíveis, uma vez que era o nosso último dia com a guia e a previsão do dia seguinte era chuva!! Nos encontramos no lobby às 9:30am e seguimos de transporte público em direção ao Tsukiji Fish Market. Você provavelmente já ouviu falar do famoso leilão de atum que rola de madrugada, mas hoje em dia é praticamente impossível conseguir assistir. A última vez que meus pais foram para o Japão eles foram assistir esse leilão e acharam o máximo, mas uns dois anos atrás mais ou menos, resolveram banir turistas de entrarem no mercado antes das 10h porque estava atrapalhando os negócios. O Tsukiji é o maior mercado de peixe do mundo com mais de 400 espécies, e o tamanho é realmente impressionante, com dezenas de corredores estreitos e intermináveis. Como turistas, estamos lá para ver tudo isso, mas não pensamos que isso pode realmente atrapalhar o negócio deles. Então hoje em dia só podemos visitar o mercado após as 10h, quando tudo já meio que acabou – todos os peixes e frutos do mar já foram vendidos para restaurantes e mercados e agora estão apenas embalando tudo para entrega e limpando. Mesmo assim, dá para ver bastante coisa! É bem legal!
O mercado antigo é cheio de regras agora, como essa do horário, e também não pode tirar fotos! Tem uns fiscais chatinhos que ficam de olho e reclamando, mas no meio dos corredores rola tirar – eu tirei obviamente! Kkk. Mas eu senti uma certa repulsão do pessoal contra turistas…eles não gostam da gente! Eles estão nem aí e jogam baldes de água suja nos nossos pés, sem dó e piedade! Também tem que tomar cuidado com os carrinhos que ficam passando pelos corredores em alta velocidade carregando mercadoria! Falando em água suja, aqui vai uma dica de ouro: não importa o calor que esteja lá fora, NÃO VÁ de sandálias rasteiras, chinelo ou qualquer coisa do tipo…seu pé vai molhar e fica aquele cheiro de peixe sabe?! ECA! Também não recomendo usar vestidos e saias longas nesse dia ou calças com a barra muito comprida porque vai sujar! Apesar de tudo, o que mais me impressionou foi a ausência do cheiro de peixe no geral! Eu estava esperando aquele cheiro horrível de peixe que você sente em feiras, mas graças a deus não tinha nada disso! Kkk.
Começamos andando pela parte nova, nas redondezas do mercado antigo, que é BEM menor e totalmente coberta. Parece um mercado normal de peixes. Depois entramos no mercado antigo que é o enorme e onde tudo acontece. Vi o maior tentáculo de polvo e maior caranguejo da vida!! Fiquei muito impressionada! Hahaha. Depois de percorrer os corredores infinitos do mercado, andamos na região conhecida como o Tsukiji Outer Market. Uma espécie de mercado ao ar livre, é bem legal caminhar por aqui. Tem muitos restaurantes na redondeza e lojinhas vendendo desde mercadorias de comida à utensílios de cozinha. O clima é bem legal. É aqui o melhor lugar para comer sushi no café da manhã. Filas grandes se formam fora dos restaurantes mais famosos logo cedo de madrugada por aqueles loucos para provar o peixe mais fresco do dia! O local está cheio de coisinhas para comprar e comer. Compramos dashi e masus para tomar saquê! Basicamente, vale a pena caminhar sem pressa por aqui pois há muito para ver e saborear. Rola até degustação de saquê nas ruas logo de manhã! Kkk.
Vale mencionar que depois de muitos anos mudando regras de acesso e debates, o mercado e o leilão de peixe oficialmente mudou de local agora depois de 80 anos! No ano que vem ele vai acontecer no Toyosu Fish Market. Mesmo assim, ainda vale a pena percorrer pelo mercado antigo e as redondezas, tem muita coisa para ver. É claro que, eventualmente, o comércio todo irá migrar para o novo mercado, mas por enquanto ainda dá para curtir. Para quem quiser provar o nigiri mais fresco, indico o Sushi Dai e o Daiwa Sushi que já migraram para área nova em Toyosu. Mas se prepare – os aficionados começam a fazer fila a partir das 5am!!
Depois andamos em direção ao bairro de Ginza que leva uns 10-15 minutos. Apesar das das gerações mais novas preferirem bairros como Harajuku, Shibuya, Akihabara e Shinjuku, a verdade é que Ginza continua a ser um dos melhores locais para fazer compras e jantar. Para quem está nessa onda, é em Ginza que se encontram as melhores lojas de departamento – com depachikas (mercado gourmet) deliciosas, hotéis de luxo, galerias de arte e restaurantes exclusivos. Nossa guia brincou que a Ginza Chuo Dori, a rua principal com lojas, é a Fifth Avenue de Tóquio. A arquitetura e design dos prédios aqui é super bacana e vale a pena conferir.
No caminho paramos na frente do Kabuki-za Theater. Um dos edifícios mais marcantes de Ginza, este teatro é dedicado à arte performática do Kabuki. Reconstruído nos últimos anos, para que uma torre pudesse ser adicionada (que abriga um pequeno museu), a fachada do teatro apresenta faixas roxas gigantes, lanternas e pôsteres coloridos. A curiosidade é que só um homem pode ser um kabuki! No teatro, eles fazem também o papel de mulher. Mas não é qualquer homem que pode se tornar um – você tem que ser filho de um kabuki para também poder ser. Eles começam a atuar desde pequenos e o debut de um kabuki começa bem cedo – dos 3 aos 5 anos!
Nossa primeira parada em Ginza foi a loja de departamento Mitsukoshi. Fomos diretamente ao que interessa: o segundo subsolo aonde fica uma espécie de mercado gourmet incrível! Esses mercadinhos em lojas de departamento são chamados de “depachikas” em japonês e várias dessas lojas grandes possuem! Vale super a pena passear por eles. É difícil não se impressionar com o cuidado na apresentação de todos os produtos, as embalagens lindas, tudo! Também é difícil não sair dali rolando, já que você pode experimentar tudo!! É demais! O mercado do Mitsukoshi foi o meu favorito de todos que visitamos e recomendo super. Faça uma pausa para o almoço no pequeno sushi bar. Meus pais comeram aqui e adoraram – peixe super fresco! Aqui também é um bom lugar para comprar um kit de saquê e hashis personalizados! A seção de “bento box” aqui é incrível – claro que tudo em exposição é fake (de plástico) e feito somente para você enxergar o que vem dentro de cada um. Fiquei impressionada com a variedade e a seleção! Kkk.
Mas o que mais me impressionou, disparado, foi o preço das frutas! Algumas são tão caras e especiais que ficam dentro de uma sala de vidro fechada! Acredita?! Essas são as chamadas frutas “perfeitas”. Elas são cultivadas por perfeccionistas que colhem e controlam cada uma, devendo ser elas 100% perfeitas na cor, forma, sabor, casca e perfume. Além disso, elas ainda são embaladas de uma forma especial. Um melão ou uma manga “perfeita” no Japão pode custar mais que USD 300 cada! Uma fortuna! Se você parar para pensar, é meio absurdo né?! Mas é que no Japão essas frutas “perfeitas” são super escassas e são símbolo de status. Elas são compradas principalmente como presente. É uma tradição japonesa presentear outros com frutas como forma de agradecimento, seja na mudança de estação, aniversários ou casamentos, pois elas mostram poder e riqueza, algo bem visto na cultura japonesa.
Depois de gastar umas duas horinhas provando e vendo de tudo na Mitsukoshi, fomos para as lojas da UNIQLO e Dover Street Market. A UNIQLO é uma marca famosa japonesa e o lugar perfeito para compras malhas pelos melhores preços! Para encontrar a loja Dover Street Market, você precisa atravessar a loja da UNIQLO no térreo e você vai dá de cara com ela – fica meio escondida mesmo! Mas é demais! Se você já foi na loja original de Londres ou em NYC, sabe do que eu estou falando! Foi lá que eu comprei meu Converse x Comme des Garçons verde militar com corações vermelhos! É praticamente impossível de achar, só podia ser no Japão mesmo. Estava na minha wishlist! A loja tem várias peças cool de designers renomados. Depois fomos conhecer a loja de departamento mais chic da cidade – Ginza Six. A loja é super luxuosa e eu queria ter tido um dia a mais em Tóquio só para poder voltar aqui e fazer compras com a minha mãe! Hahaha. Como estávamos com muita coisa na agenda, não ficamos muito na loja, demos apenas uma volta, tomamos um café no Starbucks e conhecemos a livraria no último andar que é maravilhosa!! Chama Tsutaya Books. Vale a pena conhecer…veja as fotos abaixo! Muito lindo! Outra loja que vale a visita em Ginza é a papelaria Itoya e a loja da Shiseido. Ambas possuem vários andares e na Shiseido The Ginza você encontra produtos exclusivos que só vendem no Japão. Para as crianças, a loja de brinquedos Kiddyland é um sucesso!
Se Ginza é a Fifth Avenue de Tóquio, Omotesando é a Champs-Elysées! Kkk. Bem arborizada e com lojas incríveis com design único, esse é o lugar para fazer compras em lojas de grife! Aqui você encontra todas as marcas de renome internacional, incluindo as japonesas Issey Miyake e Comme des Garçons (que eu amo)! Há prédios de quase todos os vencedores do Japão do prestigiado Prêmio Pritzker, incluindo Tadao Ando. A loja da Prada é um show à parte – o edifício parece um monte de bolhas, é lindo! Outro lugar com design incrível é o Tokyu Plaza, aonde tem a icônica escada rolante passando por um túnel de espelhos que mais parece um caleidoscópio. Tire foto aqui! Fica demais, apesar de um pouco escuro! Outra parada para os shopaholics é o shopping Omotesando Hills. É também um ótimo lugar para observar as pessoas, especialmente perto da estação de Harajuku.
Omotesando fica ao lado de Harajuku, tudo meio que junto. Depois de caminhar tudo isso, eu estava faminta e sonhando com gyozas! Eu queria porque queria almoçar num lugar chamado Harajuku Gyoza-Ro, supostamente famoso por ter os melhores gyozas da cidade! Nossa guia me levou e não me arrependi – pelo contrário, me deliciei! O lugar é super simples e existe há mais de 17 anos. Você senta no balcão em volta da cozinha aberta. O cardápio é enxuto e basicamente você escolhe se quer o seu gyoza frito ou no vapor (todos são feitos com carne de porco). É uma refeição leve, rápida e barata! Meu pai me fez companhia e dividimos dois pratos de gyoza e tomamos duas cocas – tudo deu USD 10! E olha que a porção é bem servida. Definitivamente imperdível!
Depois do almoço, andamos para o Yoyogi Park, aonde fica o Meiji Shrine, o santuário mais visitado do Japão! Dedicado à memória do Imperador Meiji (1852-1912) e sua esposa, a Imperatriz Shoken, o Santuário Meiji é um excelente exemplo da arquitetura xintoísta contida. Concluído em 1921, o santuário foi destruído em um bombardeio aéreo em 1945, mas é impossível distinguir a reconstrução atual do original. O portão principal de 12 metros na entrada do parque é o maior Torii do Japão. Foi construído a partir de ciprestes japoneses de 1500 anos, transportados diretamente das montanhas de Taiwan. O parque é densamente florestado, com mais de 12 mil árvores e arbustos! Nem parece que você está numa cidade tão grande e populosa como Tóquio – é uma paz! Dá até para ouvir pássaros cantando kkk. Você anda bastante sobre um caminho de pedregulhos até chegar no santuário principal. Com um estilo xintoísta elegante e clássico, você entra através de 1 dos 3 portões de madeira decorados. Juntamente com muitos outros rituais e cerimônias dedicatórias realizadas no santuário, os casamentos xintoístas são discretos e formais, mas visualmente deslumbrantes. Vimos um casal enquanto estávamos lá! É muito legal. Para quem quiser se programar, a maioria dos casamentos acontece nas tardes de sábado.
E por fim, depois de visitar o Meiji Shrine, andamos para o bairro de Harajuku, mais especificamente, Takeshita-dori, uma rua cheia de boutiques improvisadas, barracas de rua, lanchonetes de fast-food e um público jovem. No fim de semana, essa rua estreita é provavelmente o local mais lotado de toda a cidade! Berço da cultura kawaii, a rua está repleta de lojas de roupas temáticas, comida para viagem, estandes de crepe e lojas que vendem itens de personagens, brinquedos fofinhos e todos os tipos de acessórios peculiares. Alguns lugares que vale procurar por lá: Totti Candy Factory e Rainbow Sweets para aquele famoso algodão doce multicolorido, o animal café Owl Village (corujas) e Hedgehog Café (porco espinhos), e a as lojas de crepes Santa Monica, Angel Crepes e Marion Crepes. Na loja Purikura Land Noa você encontra dezenas de cabines de fotos adesivas. Na Daiso, tudo custa 100 yen! É a mesma loja que tem no shopping Cidade Jardim aqui em São Paulo. Caso você não tenha ido no Robot Restaurant e quiser sentir um pouco da cultura jovem japonesa, vale conhecer o Kawaii Monster Café. Eu não fui porque dois lugares temáticos assim é demais! Hahaha. Uma outra loja super fofa que fica em Harajuku é a Line Friends Store, cheio de bichinhos fofos! Vale a pena passear também pelos arredores na Harajuku Street e Cat Street, paraíso dos hipsters.
Depois de um dia absolutamente cansativo, nos despedimos da nossa guia Anat e voltamos para o hotel descansar um pouco, mas não por muito tempo, pois tínhamos uma reserva às 20h30 e se a gente chegasse mais que 10 minutos atrasados, eles cancelariam a reserva. Fomos jantar num restaurante chamado Gonpachi em Nishiazabu, mais conhecido como “the kill bill restaurant” hahaha. Sim, foi aqui que foi filmado aquela cena no primeiro filme Kill Bill do Quentin Tarantino. O restaurante é bem simpático, estava lotado, mas é um pouco turista…a comida estava boa, os espetinhos (sukimiyaki) estavam excelentes, mas a música tocando era internacional e estava meio alta. Não que tenha algum problema com música internacional, mas você está no Japão né…quer ouvir músicas japonesas! Kkk. Então eu não sei se recomendaria esse restaurante. Depende muito do que você prioriza. Acho que tem muitos outros restaurantes mais interessantes e melhores para ir!
Como se não bastasse tudo o que fizemos durante o dia, ainda fomos ver o famoso Scramble Crossing em Shibuya após o jantar, porque a graça é ver de noite quando as luzes estão todas acesas! O cruzamento é envolto por telas gigantes de LCD e luzes de neon. Esse é um dos pontos turísticos mais emblemáticos de Tóquio e o fluxo de pessoas em movimento cercado por uma explosão de neon e telas de vídeo é realmente hipnotizante! As melhores vistas são do Starbucks no segundo andar e também do segundo andar da JR Shibuya Station aonde tem enormes janelas de vidro. É impressionante o movimento e a quantidade de gente! Hahaha.
DAY 5 – TRENDY NEIGHBOURHOODS
O nosso quinto e último dia em Tóquio foi independente – sem guia. O tempo estava feio, meio chuvoso, então aproveitamos que riscamos quase tudo na nossa listinha no dia anterior para focar no que faltava. Começamos o dia indo para o bairro de Roppongi. Roppongi é um importante centro de artes, compras, comunicações e estilo de vida, e é o principal distrito de vida noturna de Tóquio. O bairro abriga alguns novos museus que são coletivamente conhecidos como o “Roppongi Art Triangle” – o National Art Center, o Mori Art Museum e o Suntory Museum of Art, dentro de Tokyo Midtown.
Pegamos o metrô para Roppongi Hills, um enorme complexo que abriga o Mori Art Museum, escritórios, mais de 200 lojas, restaurantes, bares, jardins, uma área de performance ao vivo e o hotel Grand Hyatt. Muitos artistas de renome mundial foram convidados a criar obras de arte em Roppongi Hills e nos arredores, mas a mais visível (e talvez mais conhecida) é a enorme escultura de aranha chamada “Maman” da artista Louise Bourgeois. Como estava prestes a chover, aproveitamos para conhecer o Mori Garden, os jardins do complexo, antes de entrar no Mori Art Museum. Estava tendo uma exposição maravilhosa sobre a arquitetura japonesa ao longo dos anos. Esse museu sempre tem exposições interessantes, fico sempre de olho, então vale a pena sempre conferir a programação! Antes de entrar no museu, no último andar, tem um deck de observação aonde você consegue ter uma vista panorâmica de quase 360º de Tóquio. Pena que o dia não estava tão bonito, mas mesmo assim deu para ver tudo. É impressionante a quantidade de verde que existe na cidade apesar de tantas construções modernas. É legal ficar tentando adivinhar os bairros. Depois do museu nós visitamos rapidamente a loja ESTNATION, que fica no mesmo complexo, uma loja de departamento contendo as melhores grifes, mas acabamos não comprando nada. Foi só para conhecer mesmo! Kkk.
Apesar de ter vários restaurantes, nós fomos almoçar em Omotesando. Pegamos o metrô novamente e fomos no Maisen. Eu estava louca para comer aqui! O restaurante possui algumas filiais e sua especialidade é o tonkatsu! Tonkatsu (costeleta de porco empanada estilo japonês) é um dos alimentos mais populares no Japão. O Maisen tem sido uma instituição em Tóquio desde que abriu suas portas em 1965. A comida é super saborosa, a carne de porco derrete na sua boca e a fritura é bem sequinha e crocante. A carne é sempre servida com uma salada de repolho e gohan. Na mesa, tem um potinho do famoso molho “tonkatsu” que lembra um molho inglês mais adocicado e mais grosso, para você se servir à vontade. Eu e minha mãe pedimos o clássico e meu pai provou o sanduíche que vem no pão de miga com o molhinho dentro – tudo uma delícia! A melhor parte é que o preço é super razoável. O restaurante só tinha locais o que eu achei legal. Eles também servem água e chá à vontade. Aliás, a maioria dos restaurantes no Japão servem água à vontade gratuitamente. Fomos no restaurante original, em Omotesando, mas existem outras filiais. Muito muito bom! Na frente do restaurante tem uma pequena lojinha vendendo alguns produtos deles – eu não aguentei e comprei um vidrinho do molho tonkatsu! Eu também reparei que todos os mercadinhos gourmet que vimos vendiam o sanduíche que meu pai comeu embalado. Imperdível!
Depois do almoço pegamos o metrô novamente para Shibuya. Não tínhamos muito tempo livre sobrando, pois tínhamos torneio de sumô às 17h e demora um pouco para chegar no estádio de metrô. Shibuya tem várias lojas legal de moda para fuçar como a Loft e a Shibuya 109. Shibuya Center Gai Street é um complexo ótimo para quem procura papelarias e farmácias, além de ter uma variedade de restaurantes e bares. A loja Colour By Members é o melhor lugar para comprar peças de estilistas japoneses. A seleção é muito boa. Em Shibuya tem também outra Tokyu Hands, aquela mega loja de departamento que eu mencionei no primeiro post de Tóquio. Eu queria muito ter ido no Eddy’s Ice Cream, mas infelizmente não deu tempo. Não deixem de ir! Aqui você personaliza seu sorvete, é bem bacana! Outra parada obrigatória em Shibuya é tirar uma foto com a estátua do Hachiko, o cão fiel da raça Akita, cuja história repercutiu no mundo todo e atravessou gerações, inspirando até o filme de Hollywood “Sempre ao Seu Lado” com Richard Gere no elenco. A estátua foi erguida em frente à estação de Shibuya em homenagem ao cachorro que pacientemente aguardou seu dono voltar do trabalho ao longo de quase uma década, sem se dar conta de que não voltaria a vê-lo. Se vocês ainda não viram o filme, eu recomendo, mas prepare-se para chorar e MUITO! Hahaha.
Mas o verdadeiro motivo de ter voltado para Shibuya foi para ir na loja Mega Donki. Que loucura que é esse lugar! Sério! Hahaha. É tipo um MEGA Target com tudo que você pode imaginar espremido em 7 andares pequenos. Difícil explicar, tem que ver para crer. Pelas fotos já dá para ter uma idéia, mas enfim. Caixas e mais caixas de Kit Kats, bolachas, face masks, meias temáticas, chaleiras automáticas, produtos de beleza, comidas, bebidas…absolutamente TUDO! É enlouquecedor! E não ajuda que fica tocando uma música alta! Hahaha. Dá vontade de sair comprando tudo, juro! Me segurei ao máximo, mas mesmo assim saí com várias sacolas! É um desses lugares que tem que ir e rir de toda confusão. É a cara de Tóquio! Para ter uma idéia, meu pai ficou tão confuso quando entrou que resolveu sair e esperar ao lado de fora. Kkk. É tanta coisa amontoada junto que você não sabe por onde começar, aonde olhar primeiro e fica com medo que vai perder algo! Existem várias lojas Donki espalhadas pela cidade, mas essa em Shibuya é uma Mega Store.
Às 16h pegamos o metrô em direção ao Ryogoku Kokugikan Stadium. O lugar é meio afastado, então o trajeto todo demorou um pouco, algo em torno de meia hora. O torneio de sumô foi sem dúvida um dos highlights de Tóquio. Por isso, vale a pena planejar a sua viagem nos meses que rolam os torneios! É muito divertido! Não existe nada igual! O sumô está para o Japão assim como o futebol está para o Brasil – é um esporte nacional! A arena Ryogoku Kokugikan é considerada o centro de sumô no Japão, e a arena recebe lutadores de classe mundial três vezes por ano para os torneios de Tóquio realizados em janeiro, maio e setembro. Durante as temporadas do torneio, a área é enfeitada com bandeiras coloridas que denotam os nomes dos competidores, como vocês podem ver nas fotos abaixo. A arena é gigante – tem capacidade para 10 mil pessoas! Ao todo são 15 dias de torneio, com uma luta por dia por competidor. No 15º dia, aquele que ganhou a maioria das lutas na sua categoria é eleito campeão! Mas nem sempre demora tudo isso para descobrir o campeão. Nós fomos no 11º dia de torneio e um dos favoritos estava invicto há 10 dias. Ele ganhou a 11ª luta e estava com uma vantagem muito grande perante os outros então já sabíamos que ele seria o campeão.
As partidas de sumô começam cedo, às 9h, começando com os iniciantes, e progridem lentamente para partidas mais notáveis conforme o dia passa. Por isso, nossa guia recomendou que chegássemos somente a partir das 16h. Chegamos por volta das 17h para assistir as lutas mais emocionantes. Compramos um box de quatro lugares (eu explico mais sobre isso aqui), teoricamente um dos assentos premium, mas mesmo assim é bem desconfortável, porque não tem encosto e você está num tatame. Tem que tirar os sapatos também. Dentro da arena você pode comprar bebida e comida. É muito engraçado ver o pessoal vibrando durante as lutas! Ficamos perguntando para os nossos vizinhos os nomes dos lutadores, quem era quem, para conseguir acompanhar a programação já que chegamos tarde! Hahaha. No começo ficamos meio perdidos e demorou um pouco para entender o que estava acontecendo, mas depois de ler as regras no Google, entendemos e começamos a curtir muito! Façam isso antes! Kkk. As regras são relativamente simples: os lutadores se lançam vigorosamente um no outro em uma tentativa de derrubar seu oponente do ringue. O objetivo é fazer com que o seu oponente pise fora do círculo delimitado. As lutas em si são relativamente rápidas, duram no máximo 90s cada uma, mas o que demora mesmo é toda encenação que os lutadores fazem antes de realmente lutar. Parece um balé clássico kkk com pernas para o ar, jogando pó de arroz, se encarando e fazendo truques mentais. Se uma partida for importante, ela terá patrocínio e você logo perceberá – no início, antes dos lutadores subirem no ringue, um monte de pessoas carregando bandeiras com os nomes dos patrocinadores sobem no ringue e dão a volta. Quanto mais bandeiras, mais importante a luta e os lutadores! Uma última curiosidade sobre o sumô que me impressionou: os lutadores são supersticiosos e dizem que eles nunca lavam a sunga de seda usada nas lutas! É sempre a mesma! Já pensou? Eca! Hahahaha.
E por fim, para encerrar nossa estadia em Tóquio com chave de ouro, saímos direto da arena de sumô para o restaurante Moon Flower Sagaya Ginza. Nossa reserva era cedo, às 19h, e não podíamos atrasar de jeito nenhum! De todos os restaurantes em Tóquio, esse era o que eu mais queria ir. Eu já tinha lido a respeito muito tempo atrás e estava só esperando a oportunidade para conhecer kkk. Reservamos com antecedência. Vale dizer desde já que essa experiência é muito cara, mas é única e maravilhosa, então achamos que valeu super a pena. Vai de cada um. O restaurante Moon Flower, na verdade, nada mais é do que uma sala escura, com uma mesa grande, dentro de um restaurante chamado Sagaya Ginza, que é especializado em pratos sazonais e da marca de alta qualidade de carne Wagyu “Saga Beef”. Só existe um seating por noite, começando às 19h e limitado a 8 pessoas. O menu é fixo, de degustação, com 12 pratos! Junto com o menu, você pode optar por fazer o “pairing” das bebidas. Já que estávamos lá, resolvemos fazer, o que encarece ainda mais a conta final kkk, mas valeu a pena. Os vinhos e os saquês servidos eram excelentes e combinavam perfeitamente com cada prato. As porções são pequenas, então apesar de tudo você não sai se sentindo estufado o que é bom! A porcelana servida também é super especial e muda com cada prato. Apenas ingredientes de alta qualidade são servidos. A comida estava realmente fantástica. Mas o que faz o restaurante especial são as projeções.
O menu é sazonal e muda de acordo com as estações, assim como as projeções. O conceito do restaurante é um espaço de jantar com árvores e flores que desaparecem durante as estações do ano – apreciando arte e deliciosos pratos sazonais, uma fusão perfeita de comida e arte. O espaço nasceu de uma colaboração do restaurante Sagaya Ginza e o coletivo de arte teamLab. Durante o jantar, é apresentada uma instalação de arte digital interativa permanente da teamLab basead no tema “Worlds Unleashed and then Connected”. Árvores e flores sazonais retratadas na louça são liberadas, espalhando-se amplamente no espaço disponível. Quando um prato é colocado sobre a mesa, o mundo contido no prato é liberado, desdobrando-se sobre a mesa e o espaço circundante. É muito lindo. Eu postei muitos vídeos nos meus stories do Instagram e está tudo salvo nos highlights, vale a pena dar uma olhada. As fotos abaixo simplesmente não fazem jus à beleza! Realmente imperdível para quem ama arte e gosta de comer bem, e claro, não se importa em pagar caro! Must go!
Riscamos quase tudo da nossa wishlist, mas ainda faltou ver algumas coisas, por isso eu digo que precisa de uma semana inteira em Tóquio! Não conseguimos ir para Odaiba Island e Yurakucho, esse último um paraíso gastronômico com uma abundância de cafés bares e restaurantes. Não deu tempo de visitar o Tokyo Tower, o Hie Shrine com a magnífica escadaria cheia de toriis vermelhos e o templo Toyokawa Inari, com centenas de estátuas de raposas. Eu quis muito ir no Kagari Ramen, conhecido como o melhor da cidade, mas também faltou tempo. Para quem ficar mais alguns dias em Tóquio, vale a pena conhecer os bairros estilosos de Daikanyama e Nakameguro, e NÃO DEIXEM de ir no Mori Digital Art Museum by Teamlab!! Ele inaugurou em julho então por isso não fui. É incrível, sou fã do trabalho deles! São os mesmos por trás do restaurante MoonFlower! Realmente top, vocês não vão se arrepender! Abaixo, segue uma foto das minhas compras “super importantes” em Tóquio! Hahaha.